Guia Prático de Como Funcionam as Criptomoedas para Começar a Investir

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  • Última modificação do post:31 de janeiro de 2025
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criptomoedas
  • As postagens desse blog são meramente informativas e não devem ser interpretados como conselho nem mesmo como dica financeira. Você é o único responsável por suas decisões de investimento.

Criptomoeda, ou “cripto”, é uma moeda digital que utiliza técnicas criptográficas para garantir transações seguras e descentralizadas. Criada como uma moeda digital alternativa à moeda fiduciária depois da crise econômica norte-americana de 2008, com objetivo de servir como ferramenta de liberdade econômica, as criptomoedas hoje são o “novo ouro” da economia. As oportunidades de ganhos que frequentemente se noticiam chamam muito a atenção, porém os riscos de começar a investir podem ser assustadores.

Neste post vamos ver como funcionam as criptomoedas para melhor entender os riscos associados ao seu uso. As informações desse post resumem teoria e prática para começar a investir, mas lembre-se de que os riscos de decidir investir são seus.

Falaremos sobre blockchain, mineração, carteiras (wallets) e fundos de investimento de criptomoedas.

Por que as pessoas investem em criptomoedas?

Investir em criptomoedas pode ser atraente por vários motivos. Assim como qualquer investimento, a esperança é que o valor do ativo aumente ao longo do tempo, resultando em lucro.

O Bitcoin é conhecido por sua volatilidade. Seu preço pode subir ou descer drasticamente em curtos períodos, o que pode ser tanto uma oportunidade quanto um risco para os investidores. Por exemplo, em 2021, o preço do Bitcoin chegou a US$ 60.000 antes de cair para cerca de US$ 17.000 em 2022. Apesar dessas flutuações, o Bitcoin continua a ser uma das criptomoedas mais valorizadas.

A seguir, vamos explorar alguns dos motivos pelos quais as pessoas escolhem investir em criptomoedas.

  1. Potencial de valorização: O valor das criptomoedas é influenciado pela oferta e demanda. Se a demanda por uma determinada criptomoeda aumenta, seu valor tende a subir. Por exemplo, se mais pessoas começarem a usar o Bitcoin para pagamentos, a demanda aumentará e, consequentemente, seu preço em dólares também.
  2. Uso prático e inovação: Alguns investidores veem as criptomoedas como uma inovação significativa no sistema monetário. Eles acreditam que criptomoedas como o Bitcoin oferecem um sistema monetário aprimorado e esperam que sejam amplamente aceitas como formas de pagamento no futuro.
  3. Diversificação de portfólio: Adicionar criptomoedas a um portfólio de investimentos pode oferecer uma forma de diversificação. Como esses ativos geralmente não são intimamente correlacionados com os mercados tradicionais de ações e títulos, podem servir como uma proteção contra a volatilidade de outros mercados.
  4. Liberdade econômica: Se utilizadas do modo correto, as criptomoedas podem ser uma forma de proteção patrimonial contra a inflação, crises econômicas e até mesmo instabilidade política.

O que são criptomoedas?

São moedas digitais. São tokens eletrônicos infungíveis e transferíveis que, assim como qualquer moeda fiduciária, têm a emissão de novas moedas controlada e um mecanismo de verificação de autenticidade, porém, ao contrário de uma moeda fiduciária, estes processos não são confiados a um banco central ou a algum governo, mas sim a um processo automatizado desempenhado por uma rede descentralizada de computadores. O funcionamento dessa rede se dá por meio de criptografia, mecanismo utilizado na informática para enviar informações privadas por meio de canais públicos desprotegidos. Daí o nome, cripto-moeda.

O anonimato é o principal motivador para tornar a criptomoeda algo desejável, a aumentar a demanda. Por sua vez, a emissão de novas moedas é controlada, reduzindo a oferta e evitando que ela se torne excessivamente inflacionária. Por serem escassas e desejáveis, possuem valor monetário como moeda de troca. Porém, ao contrário das moedas tradicionais, as criptomoedas não são controladas por um governo central ou banco, nem é necessário que os participantes da rede compartilhem seus dados pessoais, o que proporciona maior liberdade e segurança nas transações.

Exemplos populares incluem o Bitcoin e o Ethereum, que são usados tanto como métodos alternativos de pagamento quanto como investimentos especulativos:

  • Bitcoin: O Bitcoin foi criado com o objetivo de ser uma forma de pagamento que não dependesse de instituições financeiras tradicionais. Normalmente, essas instituições são necessárias para verificar e processar transações. No entanto, o Bitcoin consegue realizar essas funções de maneira segura e descentralizada, utilizando uma tecnologia chamada blockchain.
  • Ethereum: utiliza a mesma tecnologia subjacente do Bitcoin, mas com um propósito adicional. Além de possibilitar transações peer-to-peer, o Ethereum permite a execução de contratos inteligentes e a criação de aplicativos descentralizados (dApps). Isso significa que é possível criar ecossistemas financeiros inteiros sem a necessidade de uma autoridade central, como companhias de seguros ou cartórios de imóveis.
  • Altcoins: Além do Bitcoin e do Ethereum, existem milhares de outras criptomoedas conhecidas como altcoins. Essas moedas foram desenvolvidas para explorar diferentes casos de uso da tecnologia blockchain, oferecendo funcionalidades únicas e, em alguns casos, promissoras.

Blockchain: A base das criptomoedas

Para falarmos sobre criptomoedas é preciso falar sobre a blockchain. As criptomoedas são suportadas pela tecnologia blockchain, que mantém um registro seguro e imutável das transações.

A blockchain é uma base de dados descentralizada, o que significa dizer que os seus dados não estão armazenados em um único lugar nem controlados por uma única entidade. Os dados estão armazenados de forma redundante em múltiplos dispositivos ou “nós” que estão conectados à rede blockchain, o que dificulta que os dados registrados sejam manipulados ou que a rede fique inoperante por falha em um dispositivo.

Pode-se dizer que o blockchain é um livro-razão digital descentralizado e público que registra todas as transações realizadas com uma determinada criptomoeda. Cada bloco de transações é vinculado ao bloco anterior, formando uma cadeia de blocos (block-chain). Essa estrutura torna extremamente difícil alterar qualquer informação sem alterar todos os blocos subsequentes, garantindo a integridade e a segurança dos dados.

Blocos em uma blockchain contêm o registro de todas as transações que ocorreram naquela rede. Assim, à medida que as transações na rede aumentam, mais blocos são adicionados à blockchain. Um bloco na rede Bitcoin contém apenas 618.136 Quilobytes (KB) do histórico de transações. Em dezembro de 2012, havia 4,52 Gigabytes (GB) de histórico de transações na rede Bitcoin. Esse número subiu para mais de 436,25 GB em novembro de 2021.

A primeira blockchain idealizada foi a do Bitcoin, a primeira criptomoeda. Desde então, outras moedas têm surgido com suas próprias blockchains ou utilizando-se da tecnologia de outra criptomoeda. Você pode consultar a base de dados pública das principais blockchains na Internet, tal como a do Bitcoin, Ethereum, Polygon (MATIC), e outras.

A blockchain, por si só, não registra dados pessoais de quem possui as criptomoedas. A identificação e autenticação são feitas através de pares de chaves públicas e privadas. Por esse motivo é que noticiam-se a movimentação de “baleias de criptomoedas” (carteiras de criptomoedas que movimentam gigantescas quantidades), porque através da blockchain é possível verificar que alguns endereços movimentam essas quantidades massivas, mas é impossível identificar quem seria a pessoa que fez a movimentação apenas com base nisso.

Carteiras ou Wallets de Criptomoedas

Antes de mais nada, é importante entender que uma carteira de criptomoedas não “armazena” as moedas de forma física, como fazemos com o dinheiro em papel. Na verdade, as criptomoedas existem apenas na blockchain, e nunca saem de lá.

A função principal de uma carteira de criptomoedas é interagir com a blockchain. Para isso, ela gera as informações necessárias para que você possa receber e enviar criptomoedas. Essas informações incluem dois elementos fundamentais: as chaves privadas e as chaves públicas.

  • Chave Pública: É um código alfanumérico que funciona como um endereço, semelhante a um número de conta bancária. Esse endereço é utilizado para receber criptomoedas e pode ser compartilhado com outras pessoas sem problemas.
  • Chave Privada: Este é o código que concede acesso às suas criptomoedas. Ela é como uma senha, e por isso, deve ser mantida em segredo. Com a chave privada, você pode acessar e movimentar seus fundos a partir de qualquer dispositivo.

Como as moedas não “saem” da blockchain, as transações que fazemos com criptomoedas são, na verdade, uma transferência de propriedade, que é registrada na blockchain. Isso significa que as moedas digitais estão sempre vinculadas a um endereço específico, que só pode ser acessado com a chave privada correta.

Existem diferentes tipos de carteiras de criptomoedas, cada uma com suas próprias características e níveis de segurança. De forma geral, podemos dividir as carteiras em duas grandes categorias: carteiras quentes e carteiras frias.

Carteiras Quentes ou Hot Wallets

As carteiras quentes (ou hot wallets) estão sempre conectadas à internet. Essa conectividade constante as torna extremamente convenientes para o dia a dia, mas também as torna mais vulneráveis a ataques cibernéticos.

Essas carteiras são ideais para quem realiza transações com frequência, pois permitem acesso rápido e fácil aos fundos. No entanto, como estão mais expostas a riscos de segurança, é recomendável manter apenas uma pequena quantidade de criptomoedas nelas.

Carteiras Mobile

As carteiras móveis são aplicativos instalados em smartphones que permitem transações rápidas e fáceis. Com elas, é possível utilizar criptomoedas para pagamentos diários, simplesmente escaneando um código QR.

Embora sejam bastante práticas, as carteiras móveis são vulneráveis a malwares e outras ameaças digitais. Portanto, é essencial adotar medidas de segurança, como a criptografia da carteira e o uso de senhas fortes.

Exemplos de carteiras móveis populares: Coinomi, Mycelium.

Carteiras de Desktop

As carteiras de desktop são programas instalados no computador. Elas oferecem um bom equilíbrio entre conveniência e segurança, especialmente quando usadas em um sistema operacional limpo e protegido contra vírus.

Essas carteiras são adequadas para quem busca um nível intermediário de segurança, com a possibilidade de manter criptomoedas fora de exchanges, que podem ser alvos de hackers.

Exemplos de carteiras de desktop: Exodus, Electrum, Bitcoin Core.

Carteiras Web

As carteiras web são acessadas através de navegadores de internet. Elas são muito práticas, mas geralmente menos seguras, especialmente se as chaves privadas forem armazenadas nos servidores do provedor da carteira.

Por serem menos seguras, as carteiras web são mais indicadas para pequenas quantidades de criptomoedas ou para quem realiza muitas transações rápidas.

Exemplos de carteiras web: MetaMask, Coinbase.

Carteiras Frias ou Cold Wallets

As carteiras frias (ou cold wallets) não estão conectadas à internet, o que as torna muito mais seguras contra ataques cibernéticos. Elas são recomendadas para quem deseja armazenar grandes quantidades de criptomoedas por longos períodos.

Carteiras de Hardware

As carteiras de hardware são dispositivos físicos, semelhantes a pen drives, que armazenam as chaves privadas de forma offline. Para utilizar as criptomoedas, basta conectar o dispositivo a um computador e confirmar a transação diretamente na carteira de hardware.

Essas carteiras são extremamente seguras e são ideais para quem possui grandes quantias de criptomoedas e deseja protegê-las de forma robusta. No entanto, elas podem ser um pouco mais complexas para iniciantes e têm um custo do hardware, que varia entre 70 e 150 dólares.

Exemplos de carteiras de hardware populares: Ledger Nano S, Trezor.

Carteiras de Papel

As carteiras de papel eram uma opção popular de cold storage antes do surgimento das carteiras de hardware. Elas consistem em imprimir a chave privada e o endereço público em um pedaço de papel, geralmente com um código QR.

Embora sejam seguras contra ataques digitais, as carteiras de papel têm algumas desvantagens significativas. Elas são vulneráveis a danos físicos, como água ou fogo, e não permitem o envio parcial de fundos, o que limita sua reutilização.

Como Escolher a Melhor Carteira de Criptomoedas?

A escolha da carteira de criptomoedas ideal depende de diversos fatores, como a quantidade de criptomoedas que você possui, a frequência com que você realiza transações e o nível de segurança que você deseja.

Aqui estão algumas dicas para ajudá-lo a escolher:

  1. Se você é um investidor de longo prazo: Considere usar uma carteira de hardware ou outra forma de cold storage para proteger grandes quantidades de criptomoedas.
  2. Se você prioriza conveniência: Uma carteira móvel ou web pode ser mais conveniente, mas lembre-se de adotar medidas de segurança adicionais, como a autenticação de dois fatores.
  3. Se você está começando: As carteiras de desktop são uma boa opção intermediária, oferecendo um equilíbrio entre segurança e conveniência.
  4. Sempre faça backup: Independente da carteira escolhida, é essencial fazer backups regulares e armazenar suas chaves privadas em um local seguro.

Como funciona a mineração de criptomoedas?

Um dos maiores desafios no contexto de ativos digitais, como as criptomoedas, é o risco de duplicidade, que se refere à possibilidade de alguém tentar gastar a mesma moeda duas vezes, manipulando os registros na blockchain. O mecanismo de consenso é uma tecnologia fundamental em uma blockchain que previne esse tipo de fraude.

Esse mecanismo funciona por meio de redundância e comparação: todos os participantes da rede (também chamados de nós) precisam concordar sobre o estado atual e o histórico dos dados registrados na blockchain. Isso significa que, para que uma nova transação seja validada e registrada, ela deve ser aprovada pela maioria dos participantes da rede. Qualquer tentativa de adulteração é detectada e rejeitada pela rede, garantindo que todas as transações passadas permaneçam legítimas e imutáveis.

Dentro desse processo de consenso, os mineradores de criptomoeda desempenham um papel crucial. Eles são os responsáveis por validar e registrar novas transações na blockchain, e em troca, recebem recompensas em criptomoedas, na forma de novas criptomoedas criadas ou na forma de taxas de transação, que são desembolsadas pelos envolvidos na transação submetida a validação e registro.

Proof of Work (PoW)

O Proof of Work é um dos mecanismos de consenso que resolve o problema de todos na rede manterem o mesmo registro de transações. No Bitcoin, por exemplo, cada transação é registrada em blocos que são adicionados à blockchain. Mas, para adicionar um novo bloco, é necessário resolver um complexo problema matemático, o que requer uma quantidade significativa de poder computacional. Este processo é chamado de mineração.

Proof of Work

Os mineradores competem para resolver esse problema, e o primeiro a encontrar a solução válida tem o direito de adicionar o bloco à cadeia e recebe uma recompensa em bitcoins. Esse processo de resolução do problema e a validação do bloco é o que se chama Proof of Work — uma prova de que o minerador despendeu esforço computacional significativo para validar as transações.

Como vantagens, o Proof of Work oferece descentralização e segurança. Uma vez que qualquer pessoa com poder computacional pode participar da mineração, isso garante que o controle da rede não se concentre nas mãos de uma única entidade. Como resultado, para que alguém faça um ataque bem-sucedido e adultere algum dado na blockchain seria necessário que ele controle mais de 50% do poder computacional da rede, o que é praticamente impossível em termos de custo e recursos.

O Proof of Work, contudo, tem algumas desvantagens. Um dos maiores desafios do Proof of Work é seu consumo de energia, pois a eletricidade necessária para minerar criptomoedas como o Bitcoin é enorme e, muitas vezes, comparável ao consumo energético de países inteiros. Outro ponto é a escalabilidade, pois, como a criação de blocos é limitada a um a cada 10 minutos e o número de transações por bloco é restrito, em períodos de alta demanda, as taxas de transação podem se tornar exorbitantes.

O Proof of Work continua sendo amplamente utilizado em várias redes de blockchain. Além do Bitcoin, outras criptomoedas como Litecoin, Monero, Bitcoin Cash, e Zcash também utilizam este mecanismo. Isso se deve principalmente à eficácia do PoW em garantir a segurança e a integridade das transações na rede.

Portanto, a mineração é o processo pelo qual novas unidades de criptomoedas são criadas e transações são verificadas. Na ilustração anterior, a rede de nós recebe uma transação de bitcoin para registrar na blockchain e os computadores participantes competem para ver quem consegue resolver o problema matemático dessa transação mais rápido. O computador que vencer, recebe como recompensa bitcoins novos.

Porém, essa recompensa em bitcoins novos pode ser distribuída entre vários computadores de uma mesma pool de mineração. Pool é o nome que se dá a um grupo de computadores que unem sua capacidade computacional para minerar bitcoins. Para efeito de recompensa de mineração, se a pool encontrar a solução, a recompensa é distribuída entre os computadores que participam dessa pool.

Existem hoje plataformas que permitem que pessoas comuns conectem o seu computador a uma pool de mineração e receba recompensas de mineração, como a BetterHash e a NiceHash:

Halving do Bitcoin

A quantidade de bitcoins que é criada por meio da mineração varia ao longo do tempo, e foi programada por Satoshi Nakamoto para ser decrescente, de modo a manter a moeda deflacionada. No início, em 2008, a recompensa era de 50 Bitcoins, e a cada 210.000 blocos adicionados na blockchain a recompensa cai pela metade e desde então já houveram quatro eventos de Halving:

Data do HalvingRecompensa em Bitcoins
28/11/201225 Bitcoins
09/07/201612,5 Bitcoins
11/05/20206,25 Bitcoins
19/04/20243,125 Bitcoins

No total, estão programados 32 eventos de halving para o Bitcoin, significando que na data de publicação deste artigo (agosto/2024), faltam outros 28 halvings. Ao considerarmos que os halvings ocorrem, em média, a cada quatro anos, projeta-se que no ano de 2140 ocorra a última recompensa de mineração de bitcoin na história. Ao todo, existirão 21 milhões de bitcoins emitidos em circulação, sem a possibilidade de que mais moedas sejam criadas depois disso.

Depois de tal data, não existirão mais recompensas de novos bitcoins, e os mineradores serão remunerados exclusivamente por taxas de transação – valores em bitcoin que são pagos apenas pelas próprias pessoas que estão enviando ou recebendo bitcoin.

Proof of Stake (PoS)

O Proof of Stake é outro mecanismo de consenso, diferente do Proof of Work, também usado em blockchains, que se destaca por ser mais eficiente em termos de energia e por oferecer menos riscos. Enquanto no PoW muitos “mineradores” competem entre si para validar transações e ganhar recompensas, no PoS apenas um minerador é escolhido para validar a transação enquanto os demais mineradores se limitam a verificar se a validação feita está correta. Isso reduz significativamente o consumo de energia e torna o processo mais acessível.

Proof of Stake

Por exemplo, o Ethereum 1.0 usa o proof of work (prova de trabalho), mas o Ethereum 2.0 usa o proof of stake. Outros que utilizam protocolos de PoS incluem Tezos, Cardano, Solana e Algorand.

Para entender melhor, vamos comparar o PoS com o PoW. Imagine uma corrida em que vários competidores, com diferentes capacidades físicas, disputam o primeiro lugar. No PoW, todos correm, mas só um ganha a recompensa, e os outros ficam de mãos vazias, mesmo após gastarem bastante energia. No PoS, apenas um corredor é escolhido para correr, baseado em fatores como a quantidade de moedas que ele possui e por quanto tempo ele as manteve. Isso significa que não há desperdício de energia e todos os participantes têm uma chance mais justa de ganhar.

Perceba que nesse sistema existe um sério risco das transações levarem muito mais tempo para serem validadas, já que apenas um minerador é escolhido por vez para validar uma transação. Por esse motivo, é de extrema importância que o minerador escolhido resolva corretamente o problema matemático para que a transação seja validada com sucesso.

Tamanha é a importância, que para participar da mineração PoS o minerador precisa fazer o “staking” de suas criptomoedas. “Staking” em tradução literal do inglês, significa “aposta”. Porém, mais adequado é a tradução como “garantia”, ou seja, para participar do processo de mineração em Proof of Stake, o minerador dá em garantia uma parte de suas moedas, que ficam “trancadas” por determinado período de tempo (que varia entre semanas e meses, a depender da rede e da criptomoeda em questão), sem que se possa movimentá-las nem vendê-las. Se ele for escolhido para validar uma transação e oferecer uma solução errada para o problema matemático, pode ser penalizado perdendo parte das moedas dadas em garantia. Se obtiver sucesso, por outro lado, será recompensado com taxas de transação.

A escolha do validador no Proof of Stake é baseada em diferentes fatores. Normalmente, aqueles que possuem mais moedas “em stake” têm mais chances de serem escolhidos, pois têm mais a perder se cometerem algum erro. No entanto, o tempo que essas moedas estão travadas também conta, pois quem mantém suas moedas por mais tempo demonstra confiança no sistema. Algumas redes PoS também usam um fator de aleatoriedade no processo de seleção, para evitar que apenas os maiores participantes sejam escolhidos constantemente. Isso ajuda a manter o sistema mais equilibrado e descentralizado, um dos pilares das criptomoedas.

Em termos práticos, enquanto o minerador de Proof of Work precisa compartilhar seus recursos computacionais a uma pool de mineração e torcer para ser o primeiro a resolver o problema matemático para receber recompensas, o minerador de Proof of Stake precisa primeiro adquirir a criptomoeda em sua wallet, fazer o “staking” de parte delas, aguardar ser escolhido para validar uma transação na blockchain, acertar a resposta do problema matemático e então coletar as recompensas.

Portanto, o Proof of Stake tem as vantagens de ser mais igualitário que o PoW e mais eficiente em consumo de energia. Como desvantagens, por outro lado, os mineradores precisam fazer o “stake” de parte de suas criptomoedas, efetivamente congelando-as por determinado tempo, e ainda ter o conhecimento técnico necessário para configurar apropriadamente o hardware para garantir que as soluções matemáticas na validação das transações sejam corretas.

Para aqueles que não querem lidar com a parte técnica de validar as transações corretamente na blockchain, hoje existem plataformas que recebem a sua criptomoeda em staking e compartilham as recompensas de Proof of Stake com você. Nesse caso, é importante ter o cuidado de conferir se há lucratividade real nas recompensas oferecidas considerando a comissão e “taxas de gás” por eles cobrada, além do risco da plataforma falir e desaparecer desaparecer com suas moedas.


Como comprar criptomoedas

Antes de entrar no tópico de como comprar criptomoedas, é importantíssimo ressaltar que as criptomoedas que você diz possuir somente são suas porque a blockchain registrou que você recebeu “x” quantidade de moedas de forma válida. Quem possui criptomoedas, em realidade, possui apenas a chave privada e secreta de um endereço na blockchain, ao qual está vinculado o seu saldo da moeda. Com o uso da chave privada, o titular pode assinar e autenticar transações para enviar seu saldo a outros endereços, que serão validados pela rede de nós e registrado em um bloco da blockchain, atribuindo a titularidade então ao destinatário da “transferência”.

Essa colocação é importantíssima para frisar que hoje existem diversas formas de se investir em criptomoedas, mas nem sempre você será titular de criptomoedas (significando que, nem sempre você terá as chaves privadas de um endereço registrado na blockchain). Por exemplo, se você manter suas criptomoedas em uma exchange centralizada, você não possui essas criptomoedas diretamente porque a chave privada para movimentá-las não é sua, mas sim da exchange. Ela pode executar as ordens de transferência, compra e venda para você, mas as criptomoedas não são, tecnicamente, suas.

Negociação Peer-to-Peer (P2P) de criptomoedas

No universo das criptomoedas, o termo “peer-to-peer” (P2P) refere-se a uma forma de transação que ocorre diretamente entre duas partes, sem a necessidade de um intermediário, como um banco ou uma corretora centralizada. Este conceito é fundamental para a filosofia das criptomoedas, como o Bitcoin, que foi criado com o objetivo de permitir transações financeiras diretas entre pessoas, de forma descentralizada e anônima.

Quando falamos de transações P2P em criptomoedas, estamos nos referindo a um processo onde uma pessoa envia diretamente uma moeda digital para outra, utilizando seus endereços de carteira (wallets). Para realizar uma transação P2P, o remetente precisa do endereço da carteira do destinatário e deve assinar digitalmente a transação. Essa assinatura é um processo criptográfico que garante que a transação seja autêntica e não possa ser alterada.

Uma vez que a transação é assinada e enviada, ela é transmitida para a rede blockchain, onde é verificada por mineradores ou validadores (dependendo do tipo de blockchain). Após a verificação, a transação é registrada na blockchain e o destinatário recebe os fundos.

O modelo P2P oferece diversas vantagens, principalmente para aqueles que valorizam a privacidade e a autonomia em suas transações financeiras.

  1. Privacidade: Uma das maiores vantagens das transações P2P é a privacidade. Como essas transações não requerem um intermediário, os usuários não precisam fornecer informações pessoais, como identidade ou endereço, para realizar a transação. Isso contrasta fortemente com as exchanges centralizadas, que geralmente exigem que os usuários se identifiquem para cumprir regulamentações governamentais.
  2. Descentralização: Outro benefício significativo é a descentralização. As transações P2P ocorrem diretamente entre as partes envolvidas, sem depender de uma entidade central. Isso significa que as transações não estão sujeitas a censura ou controle por parte de governos ou corporações, o que é um dos princípios fundamentais das criptomoedas.
  3. Redução de Custos: Sem intermediários, as transações P2P geralmente têm taxas mais baixas. Ao eliminar o “meio do caminho”, os custos associados às transações financeiras podem ser significativamente reduzidos, tornando o envio de criptomoedas mais acessível, especialmente para pequenas transações ou transferências internacionais.

Embora as transações P2P ofereçam várias vantagens, elas também vêm com riscos que não devem ser subestimados. Um dos principais riscos é a falta de segurança e proteção ao consumidor.

  1. Ausência de Recurso Legal: Em uma transação P2P pura, se algo der errado, como enviar fundos para o endereço errado ou ser vítima de uma fraude, não há como recuperar os fundos ou buscar recurso legal. A falta de intermediários significa que os usuários assumem total responsabilidade por suas transações.
  2. Complexidade Técnica: Realizar uma transação P2P pode ser tecnicamente desafiador para iniciantes. O processo envolve a gestão de chaves privadas, compreensão dos endereços de carteira e a necessidade de verificar que todas as informações estão corretas antes de enviar uma transação. Um pequeno erro pode resultar na perda permanente de fundos.

Embora o conceito de P2P seja atraente, especialmente para aqueles que buscam maior privacidade e controle, nem todas as transações de criptomoedas acontecem dessa maneira. Muitas pessoas preferem usar exchanges centralizadas para facilitar a compra, venda e troca de criptomoedas. Mas qual é a diferença entre essas exchanges e as transações P2P?

Exchanges Centralizadas

As exchanges centralizadas, como Binance ou Coinbase, funcionam como intermediários entre compradores e vendedores de criptomoedas. Essas plataformas oferecem uma interface fácil de usar, suporte ao cliente e garantias de segurança, mas em troca, exigem que os usuários forneçam informações pessoais e aceitem certos termos de uso.

Embora essas exchanges sejam convenientes, elas centralizam o controle das transações e muitas vezes detêm as chaves privadas dos fundos dos usuários, o que contrasta com o espírito descentralizado das criptomoedas.

Exchanges Descentralizadas

Por outro lado, as exchanges descentralizadas (DEXs), como Uniswap ou PancakeSwap, permitem que os usuários troquem criptomoedas sem a necessidade de uma autoridade centralizada. Essas plataformas utilizam contratos inteligentes para facilitar as transações e geralmente não exigem que os usuários se identifiquem.

No entanto, mesmo as DEXs não são totalmente P2P, pois ainda atuam como intermediárias, fornecendo a plataforma e os contratos inteligentes que gerenciam as transações.

Exchanges Centralizadas ou Custodiadas (Centralized Crypto-Exchanges – CEX)

Uma exchange centralizada, também chamada de exchange custodiada, como a Bybit, Binance, Coinbase ou Kraken, funcionam como intermediários entre compradores e vendedores de criptomoedas. Essas plataformas oferecem uma interface fácil de usar, suporte ao cliente e garantias de segurança, mas em troca, exigem que os usuários forneçam informações pessoais e aceitem certos termos de uso.

Embora essas exchanges sejam convenientes, elas centralizam o controle das transações e muitas vezes detêm as chaves privadas dos fundos dos usuários, o que contrasta com o espírito descentralizado das criptomoedas. Isso significa que o funcionamento da exchange centralizada é muito similar ao de um banco tradicional. O saldo da sua conta representa apenas o valor que o banco te deve, as ordens de transferência dentro do mesmo banco são executadas de forma contábil (e não movimentando dinheiro físico por aí), e se a exchange falir você pode ficar sem receber nada.

Como vantagens das Exchanges Centralizadas há a comodidade de não ter que gerenciar suas próprias chaves privadas, transações mais rápidas por não dependerem de registrar transações na blockchain e recuperabilidade de acesso em caso de extravio de senha.

Como desvantagens, obviamente, há o fator risco ao confiar os seus fundos a uma entidade, pode existir uma dificuldade de transparência quanto a saúde financeira da exchange, e a instituição pode sofrer brechas de segurança (hacks) com furto de criptomoedas conduzindo-a a insolvência.

Para contornar essas desvantagens algumas exchanges adotam algumas medidas de segurança. Várias exchanges importantes, como Binance e Kraken, optaram por publicar provas de reservas criptograficamente verificáveis, que mostram quanto dinheiro elas têm em caixa a qualquer momento. Isso permite que os clientes verifiquem se a exchange é solvente ou se há algo estranho em seus registros. No entanto, os críticos apontam que a omissão de outras responsabilidades da exchange, como as dívidas que ela tem com clientes e credores, pode minar a iniciativa de transparência.

Outras exchanges, incluindo a Coinbase, prometem um respaldo de 1 para 1. A Coinbase afirma que todos os fundos dos clientes estão totalmente respaldados o tempo todo e nunca são investidos ou emprestados sem permissão. A Coinbase pode fazer isso cobrando taxas por saques e negociações. Mas ainda há o risco de que os clientes da Coinbase possam ser tratados como “credores quirografários gerais” no caso de uma falência, o que significa que teriam que esperar que outros investidores reivindiquem sua parte.

Exchanges centralizadas são recomendadas para investidores que se sintam confortáveis em confiar na integridade da exchange de sua opção para gerir suas criptomoedas, pela facilidade e conveniência de começar a se expor ao mercado cripto sem ter que se preocupar com a parte técnica (chaves privadas, senhas, blockchain etc.). Não é recomendado para investidores preocupados com os atributos relacionados à liberdade econômica pela qual as criptomoedas são famosas, porque afinal, sendo as exchanges instituições formais, podem ser obrigadas por lei a compartilhar informações pessoais e confiscar fundos, além do que alguns países podem chegar a banir exchanges internacionais de operar em seu território.

Adicionalmente, as exchanges de criptomoedas não são reguladas pelo Banco Central ou pela CVM, mas mesmo assim não são consideradas “ilegais”. No entanto, desde 2019, a Receita Federal exige que as exchanges relatem as transações de clientes. Além disso, a CVM pode intervir em ofertas consideradas como valores mobiliários.

Exchanges descentralizadas ou não-custodiadas (Decentralized Exchanges – DEX)

As exchanges descentralizadas, também conhecidas como exchange descentralizada ou DEX, permitem que os usuários troquem criptomoedas sem a necessidade de uma autoridade centralizada. Essas plataformas utilizam contratos inteligentes para facilitar as transações e geralmente não exigem que os usuários se identifiquem.

Esses são protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) aos quais os usuários se conectam sem abrir mão do acesso às suas criptomoedas. Os negociadores gastam seu dinheiro diretamente de carteiras não custodiadas, como MetaMask ou Ledger, e não adicionam seus fundos a uma carteira controlada pela exchange. Exemplos incluem Uniswap, SushiSwap e dYdX.

No entanto, mesmo

How does decentralised exchanges work
How do decentralized exchanges work

Como vantagens, embora as DEXs não sejam totalmente P2P — pois ainda atuam como intermediárias, fornecendo a plataforma e os contratos inteligentes que gerenciam as transações — as chaves privadas das wallets permanece sob o controle do cliente.

No entanto, existem desvantagens. Uma delas é que as exchanges descentralizadas, pelo menos por enquanto, costumam ser mais lentas, pois todas as negociações ocorrem na blockchain. Outro problema é que as negociações podem ser mais caras, pelo mesmo motivo. Além disso, ao usar uma DEX você só pode trocar criptomoedas por outras criptomoedas dentro da DEX, enquanto as exchanges centralizadas, como a Coinbase, permitem a conversão de moedas fiduciárias em criptomoedas (por exemplo, dólar americano e bitcoin). E por fim, a responsabilidade sobre a sua chave-privada é absoluta. Não é difícil perder a senha de acesso de uma wallet digital ou acidentalmente danificar sua wallet física na lavanderia. Se você perder suas chaves-privadas, perde os fundos para sempre.

É Seguro Comprar Criptomoedas em uma Exchange?

Embora a tecnologia blockchain seja segura, as exchanges estão sujeitas a ataques cibernéticos e fraudes. Para garantir uma compra segura de criptomoedas, é importante analisar a reputação da exchange, usar autenticação de dois fatores e considerar o armazenamento em wallets próprias.

Em resumo, as exchanges de criptomoedas oferecem uma maneira conveniente de negociar ativos digitais, mas é essencial realizar uma pesquisa cuidadosa e adotar medidas de segurança para proteger seus investimentos.

Como Escolher uma Exchange?

Ao selecionar uma exchange, é fundamental considerar o histórico da plataforma e as taxas cobradas. Aqui estão algumas medidas importantes para proteger seus investimentos e evitar possíveis golpes:

  • Histórico: Verifique as informações básicas da exchange, incluindo CNPJ, endereço físico e dados dos sócios.
  • Reputação: Pesquise a reputação da exchange em redes sociais, fóruns e sites de reclamação.
  • Preços e Taxas: Analise as taxas de depósito, saque e negociação, bem como os limites de transação.
  • Variedade de Criptomoedas: Confira a variedade de criptomoedas oferecidas pela exchange.
  • Liquidez: Considere a liquidez da plataforma, especialmente se você precisar converter criptomoedas em moeda fiduciária rapidamente.

Fundos de Criptomoedas

Fundos de criptomoedas são veículos de investimento coletivo que reúnem recursos de diversos investidores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, para investir em ativos. Esses fundos funcionam de maneira semelhante aos fundos de investimento tradicionais e seguem regras rigorosas estabelecidas pela CVM, mas ao invés de focar em ações, títulos ou outros ativos tradicionais, eles investem em criptomoedas como Bitcoin e Ethereum.

Normalmente fundos de investimento de criptomoedas são oferecidas como um dos componentes das cestas de serviços dos bancos tradicionais, ou como serviço de investimento de alguma corretora. Fato é que para investir em fundos de investimento de criptomoedas exige-se contratação, com data de entrada e data de saída de participação e diversas outras cláusulas contratuais.

Quando um investidor compra uma cota de um fundo de criptomoedas, ele está, na prática, adquirindo uma participação proporcional em um conjunto de criptoativos. A soma de todos os aportes feitos pelos cotistas forma o patrimônio líquido do fundo, que é então gerido por uma equipe especializada. Essa equipe toma as decisões sobre quais criptomoedas comprar, vender ou manter, com o objetivo de gerar retornos positivos para os investidores.

Os fundos de criptomoedas no Brasil começaram a ganhar espaço em 2018, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizar a inclusão de criptoativos em fundos regulados. Desde então, essa modalidade de investimento tem se tornado cada vez mais popular, principalmente entre aqueles que buscam diversificar suas carteiras e explorar novas oportunidades no mercado financeiro.

Custos Envolvidos nos Fundos de Criptomoedas

Assim como em outros tipos de fundos de investimento, os fundos de criptomoedas têm custos que devem ser considerados pelos investidores. Esses custos são geralmente cobrados na forma de taxas, que podem variar dependendo do fundo.

  1. Taxa de Administração: A taxa de administração é cobrada para cobrir os custos operacionais do fundo, incluindo a gestão dos criptoativos e outras despesas administrativas. Nos fundos de criptomoedas, essa taxa pode variar de 0,5% a 2% ao ano, dependendo do fundo e da complexidade de sua gestão.
  2. Taxa de Performance: Além da taxa de administração, alguns fundos também cobram uma taxa de performance. Essa taxa é um bônus pago à equipe de gestão caso o fundo supere um determinado índice de referência. Por exemplo, se o fundo conseguir gerar um retorno superior ao índice previamente acordado, a equipe de gestão recebe uma porcentagem desse retorno como recompensa.

Vantagens e Riscos dos Fundos de Criptomoedas

Investir em fundos de criptomoedas oferece várias vantagens, especialmente para aqueles que não têm o tempo, o conhecimento ou a disposição para gerenciar um portfólio de criptomoedas por conta própria. Algumas dessas vantagens incluem:

  1. Diversificação: Os fundos de criptomoedas permitem que os investidores tenham exposição a uma variedade de ativos digitais sem a necessidade de comprar e gerenciar cada criptoativo individualmente. Isso reduz o risco associado à volatilidade de uma única criptomoeda.
  2. Gestão Profissional: Ao investir em um fundo de criptomoedas, você está confiando seu dinheiro a uma equipe de gestores profissionais que possuem experiência e conhecimento para tomar decisões informadas sobre o mercado de criptomoedas. Isso pode resultar em uma melhor performance em comparação com investidores individuais que podem não ter o mesmo nível de expertise.
  3. Acessibilidade: Para muitos investidores, comprar diretamente criptomoedas pode ser um processo complicado e intimidante. Os fundos de criptomoedas tornam esse processo mais acessível, permitindo que qualquer pessoa participe do mercado de criptoativos de forma mais simples e segura.

Apesar das vantagens, é importante lembrar que os fundos de criptomoedas não estão isentos de riscos. A volatilidade das criptomoedas significa que o valor do fundo pode flutuar significativamente em curtos períodos de tempo. Além disso, a regulação do mercado de criptoativos ainda está em desenvolvimento, o que pode trazer incertezas e desafios legais.

ETFs (Exchange Traded Funds) de Criptomoedas

ETFs, ou Exchange Traded Funds, são fundos de investimento negociados na bolsa de valores que têm como objetivo acompanhar o desempenho de um índice de mercado específico. No caso dos ETFs de criptomoedas, o índice é composto por ativos digitais, como Bitcoin, Ethereum, e outros criptoativos de destaque.

Os ETFs são fundos de investimento cujas cotas de participação são negociadas na bolsa de valores. Ou seja, ao contrário dos fundos de investimento tradicionais, não é necessário contratação específica, bastando que o investidor adquira na bolsa de valores o ticker correspondente ao ETF de criptomoeda de seu interesse.

Esses fundos funcionam de maneira semelhante aos ETFs tradicionais, mas em vez de investirem em ações ou títulos, eles aplicam em criptomoedas. Isso permite que os investidores tenham exposição ao mercado de criptoativos sem precisar adquirir diretamente as moedas digitais.

Os ETFs de criptomoedas são geridos de forma passiva, o que significa que o fundo busca replicar o desempenho de um índice específico de criptoativos. Por exemplo, se o índice de referência subir, o valor do ETF também tende a subir, e vice-versa.

A gestão passiva desses fundos é uma de suas principais características, pois reduz os custos operacionais e torna o investimento mais acessível. Quando você compra uma cota de um ETF de criptomoedas, você está, na prática, investindo em um portfólio diversificado de criptoativos, sem precisar gerenciar cada ativo individualmente.

As vantagens dessa forma de obter exposição ao mercado de criptomoedas se assemelham muito à dos fundos de investimento, em razão de serem acessíveis e pouco complexas.

Quanto aos riscos, acrescenta-se que embora os ETFs de criptomoedas sejam regulamentados no Brasil, o mercado de criptoativos em si ainda é relativamente novo e está em constante evolução. Mudanças na regulação ou novas políticas governamentais podem impactar o desempenho dos ETFs e trazer incertezas adicionais.

No Brasil, o mercado de ETFs de criptomoedas está em expansão. Esses fundos oferecem aos investidores locais uma maneira regulamentada e segura de acessar o mercado de criptoativos. Como são negociados na Bolsa de Valores (B3), os ETFs de criptomoedas seguem as normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que proporciona uma camada adicional de segurança para os investidores.

A aprovação de ETFs de Bitcoin pelo SEC (U.S. Securities and Exchange Comission – Equivalente a CVM, Comissão de Valores Mobiliários brasileira) em 2024 permitiu que grandes gestores de ativos oferecessem Bitcoin a seus clientes, facilitando a inclusão dessa criptomoeda em contas de aposentadoria e corretoras tradicionais. Esse movimento ajudou a impulsionar o preço do Bitcoin para cima e a solidificar seu lugar no mercado financeiro.

Boas práticas para selecionar criptomoedas menos conhecidas

O mercado de criptomoedas é vasto e diversificado, com mais de dois milhões de criptomoedas diferentes em existência. Algumas delas são altamente valorizadas e amplamente negociadas, enquanto outras são obscuras e praticamente sem valor. Por isso, é preciso ter em mente alguns cuidados para ter criptomoedas em seu portifolio.

  1. Seleção cuidadosa de investimentos: Para aqueles que desejam investir em criptomoedas, é importante começar com moedas bem estabelecidas e amplamente negociadas. Essas moedas geralmente têm maior capitalização de mercado e oferecem um nível de segurança relativo em comparação com moedas menos conhecidas.
  2. Impacto de eventos no mercado cripto: O mercado de criptomoedas pode ser altamente interconectado, e eventos que afetam uma moeda podem ter repercussões em todo o mercado. Por exemplo, a crise de liquidez da exchange FTX em 2022 causou uma queda generalizada nos valores das criptomoedas, demonstrando a volatilidade e os riscos associados a esses ativos.
  3. Aspectos legais e tributários das criptomoedas: As criptomoedas são legais nos Estados Unidos, mas a regulamentação varia de país para país. Além da legalidade, é importante considerar como as criptomoedas são tributadas e o que pode ser comprado com elas.
  4. Aceitação como moeda legal: Embora sejam chamadas de criptomoedas, elas diferem das moedas tradicionais porque não são obrigatoriamente aceitas como “moeda legal”. Isso significa que, em muitos lugares, os comerciantes não são obrigados a aceitar criptomoedas como forma de pagamento.
  5. Avaliação de projetos: Ao avaliar criptomoedas menos conhecidas, é importante considerar quem está por trás do projeto, se há investidores de renome envolvidos, se a moeda já está desenvolvida e como será distribuída. Essas informações podem ajudar a determinar a legitimidade e o potencial de sucesso de uma criptomoeda.

Tributação de criptomoedas

No Brasil, as criptomoedas têm sido tratadas como valores mobiliários e têm-se exigido o pagamento de impostos por parte de investidores. Confira aqui nosso guia sobre tributação de criptomoedas:

Conclusão: Vale a pena investir em criptomoedas?

Como dito na introdução deste post, não é à toa que o bitcoin é citado como o novo ouro da era digital. Assim como o metal precioso ancorava as reservas monetárias das nações em épocas passadas, o bitcoin se apresenta como um ativo digital alternativo à moeda fiduciária, que parece solucionar, em um primeiro momento, os problemas de inflação, desvalorização e hipercontrole “orwelliano” das finanças modernas. Essa tendência de crescente relevância das criptomoedas, aparentemente, se manterá, contanto que a Internet continue existindo.

Ainda assim, investir em criptomoedas pode ser arriscado, e é importante que esses investimentos representem apenas uma pequena parte gerenciável do portfólio total de um investidor. Antes de investir, é essencial fazer uma pesquisa detalhada e considerar os riscos envolvidos. Diversificar os investimentos em várias criptomoedas pode ajudar a mitigar alguns dos riscos, mas ao mesmo tempo ceifa a alavancagem da posição para eventual alta exponencial imprevisível de qualquer delas.

Com este artigo você com certeza já possui um entendimento básico para considerar explorar algumas formas de exposição ao mercado cripto e construir aos poucos seu portfólio em uma wallet própria. Espero ter ajudado!

Autor

  • Alexandre Nakata é criador do MVG Estratégico para Advogados, onde ensina estratégias de marketing, vendas e gestão para profissionais da advocacia que desejam escalar seus resultados.

    Graduado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), obteve nota máxima em sua monografia sobre Responsabilidade Civil no Direito Digital. Possui especializações em Direito Notarial e Registral pelo Damásio Educacional e em Direito Tributário pela Faculdade UniBF, além de ter cursado disciplinas de mestrado na Universidade Estadual de Londrina (UEL) como aluno especial.

    Fundou e dirigiu a Nakata Advocacia e Consultoria Empresarial, escritório que atuava com processos judiciais e consultoria para startups e empresas de energia solar fotovoltaica. Em 2022, vendeu o negócio por seis dígitos para focar na educação jurídica e no desenvolvimento de advogados de alta performance.

    É autor dos livros: Livros: "Responsabilidade Civil no Direito Digital - Evolução, fundamentos e desafios" (2021) e "80 Lições sobre Marketing Jurídico, Vendas e Gestão que o Direito Não Ensina" (2024).

    Atualmente, dedica-se à produção de conteúdo, treinamentos e mentorias para advogados que buscam crescer na profissão de forma estratégica e sustentável.

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