Com a notícia de que Direito Digital passará a ser cobrado em concursos públicos e exame da ordem, hoje mergulhamos fundo no universo do Direito Digital. Neste primeiro post, embarcaremos na análise da 4ª Revolução Industrial e na transformação digital que ela trouxe ao Poder Judiciário. Vamos juntos explorar esse fascinante campo de estudo!
Explorando o Caminho da História Industrial
Antes de adentrarmos no vasto universo do Direito Digital, é crucial compreender os marcos históricos que antecederam a 4ª Revolução Industrial. Relembramos brevemente as três revoluções industriais que pavimentaram o caminho para as mudanças atuais:
- 1ª Revolução Industrial: Transição da produção manual para a mecanizada, introduzindo máquinas e produção em grande escala.
- 2ª Revolução Industrial: Desenvolvimento da eletricidade, avanços nos transportes e comunicações, marcando a era da produção em massa.
- 3ª Revolução Industrial: Caracterizada pela mecânica digital, criação da internet e telefones celulares, além de novas fontes de energia.
A sociedade, ao mudar, demanda evoluções no Direito. Estamos agora imersos na 4ª Revolução Industrial, onde a tecnologia avança a uma velocidade impressionante, interconectando o mundo e alterando nossos hábitos e rotinas.
A Revolução Digital e a Mudança de Paradigmas
Na atualidade, enfrentamos uma revolução que transforma a base da riqueza em ativos intangíveis. Valores e regras sociais também passam por reconfigurações, exigindo uma análise criteriosa do Direito Digital diante de condutas como a propagação de vírus e o roubo de dados.
Don Tapscott destaca os pilares fundamentais da Revolução Digital: transparência, colaboração, compartilhamento de conhecimento e mobilização, gerando um valioso “capital digital” que merece proteção.
Sociedade da Informação e Desafios Legais
Vivemos em uma sociedade em plena revolução digital, dissolvendo as fronteiras entre telecomunicações, mídia e informática. Esse novo ciclo histórico, denominado “sociedade da informação”, busca complexas redes profissionais e tecnológicas para produção, uso e distribuição da informação, gerando conhecimento e riqueza.
Entretanto, o crescimento tecnológico e virtual traz consigo desafios, principalmente no que diz respeito a violações de direitos fundamentais. A falta de normatização robusta dificulta a contenção e responsabilização por condutas prejudiciais facilitadas pela internet e pela disseminação instantânea de informações.
Transformação Digital no Poder Judiciário
Diante da revolução digital, o Poder Judiciário brasileiro passa por adaptações cruciais para manter uma prestação jurisdicional eficiente e ágil. Diversos marcos legais e regulamentações foram implementados, modernizando a atuação judicial. Destacamos alguns desses avanços:
- Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001: Institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICPBrasil).
- Lei nº 11.419/2006: Autoriza a informatização do processo judicial nos órgãos do Poder Judiciário.
- Resoluções específicas de tribunais superiores: Regulamentam o processo eletrônico em suas jurisdições.
A transformação digital no Poder Judiciário busca alinhar-se à inovação, garantindo direitos pessoais e o bem social diante das mudanças tecnológicas.
Automação do Processo e Avanços Tecnológicos
Para promover eficiência e celeridade, o Brasil busca cada vez mais recursos tecnológicos no âmbito judicial. A automação de tarefas repetitivas e burocráticas, por meio de inteligência artificial, revoluciona a organização e tramitação dos processos.
A inteligência artificial e a análise probabilística ganham espaço na identificação de documentos a serem analisados por revisores, otimizando o fluxo de trabalho e reduzindo custos.
Inteligência Artificial e Ética no Direito
A Inteligência Artificial (IA) assume papel de destaque, simulando a inteligência humana e executando atividades em sistemas e máquinas. É essencial destacar os princípios éticos propostos pela Comissão Europeia Pela Eficiência da Justiça para o uso da IA em sistemas judiciais. Esses princípios incluem o respeito pelos direitos fundamentais, a não-discriminação, a qualidade e segurança no processamento de dados, a transparência, imparcialidade e equidade, e a importância do controle pelo usuário.
Audiências Virtuais e Cortes Remotas: A Nova Realidade Judicial
A implementação das audiências virtuais, regulamentadas pela Resolução do CNJ nº 354/2020, representa um avanço significativo para a justiça brasileira. Essa prática, junto com as cortes remotas, redefine a percepção da justiça, migrando de um local físico para um serviço. As cortes remotas proporcionam redução de custos, melhores condições de trabalho e agilidade nos julgamentos.
Jurimetria e Ciência de Dados no Direito
A jurimetria, ou estatística aplicada ao Direito, aliada à ciência de dados, revela-se uma ferramenta poderosa na análise quantitativa do comportamento judicial. Plataformas de análise de dados e jurimetria se multiplicam, utilizando dados internos e públicos para avaliar o desempenho e subsidiar decisões.
Em posts futuros, exploraremos o Direito Digital e a Persecução Penal, abordando novas tecnologias, crimes virtuais, cibersegurança, lavagem de dinheiro, criptomoedas e o intrigante universo da deep e dark web. Continue acompanhando nossas publicações aqui no Blog para se manter atualizado sobre esse fascinante campo do Direito Digital.